Manuel Rodrigues, Helder e Manuel Ferreira |
Com o encanto deste belo poema de José Rafael
*
Dançam leves bailados
onde o suor é o vinhocachos negros e dourados
num espremer de mansinho.
Levado o engaço p’ra o lagar
e colocado em finas camadas
entre as esteiras a chorar
lembra lágrimas derramadas.
Enorme tronco de madeira
o bagaço aperta lentamente
que em camadas na esteira
se aconchega suavemente.
Colcha rubra e brilhante
reveste o lagar inteiro,
escorrendo gotejante
como sangue verdadeiro.
Corre o vinho para a dorna
num melodioso gorjear,
sobe o odor que o torna
divina bebida d’encantar.
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